quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Na ponta dos pés

O gosto do beijo no rosto, o leve toque no pescoço
Suor do calor, a temperatura do abraço com fervor
Respiração ofegante, quebrando o silêncio de antes
Na janela alheia o tudo, da rotina de todo mundo
De um jeito diferente, espreitando a vida a frente
Na ponta dos pés tentando voar, sem sair do lugar
Um abraço apertado, um beijo que não foi roubado
Na sacada ainda lembro, aquela quarta de Novembro





terça-feira, 8 de novembro de 2011

Meu segredo

Bem guardado, levo algo nunca falado
Carrego aqui no peito este sutil fardo
Escrito nas entre-linhas do pensamento
Momentos juntos das noites ao relento
No passado da vida, deixo meus passos
Teu brilho nos olhos, apagado num abraço
Fico perdido na tua ausência e presença
Me encontro na lembrança e na esperança 
Nestes versos, o maior de todos segredos
Escondido em cada toque dos meus dedos 



domingo, 16 de outubro de 2011

Ontem

A noite enfim chega, trazendo junto tua presença
Te querendo todo tempo, só posso te deixar solta
Logo o dia aparece, ficando apenas tua ausência
Fico a guardar os momentos, na espera da tua volta
Cada toque em teu corpo, cada expressão no rosto 
Mãos tão juntas cruzando os dedos, abraço deitado
O meu vazio completa teu espaço, solto e exposto
Contigo aprendi, viver é ainda melhor que sonhar
Sentir que pensar, estar junto do que ser amado



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Amor de Poeta

Pensando nela, minha bela
Tão distante, minha amante
Na janela, um sentinela
Alma andante, tão vagante

O sofrimento, um momento
A lembrança, a esperança
O pensamento, um contento
A elegância, tua fragrância

Pergunta feita, não aceita
Resposta incerta, indireta
Dúvida sujeita, uma suspeita
Ferida coberta, ainda aberta

Sonho derrotado, abandonado
Dor pequena, quase serena
Um amor errado, inventado
De um dilema, um poema

Der arme Dichter "O Poeta Pobre", Carl Spitzweg (1839) 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Minha Vida

Sou uma folha ao vento, tentando alcançar o céu
Viajante dos sete mares, no meu barco de papel
Sozinho no mundo, moro em um castelo de areia
Poeta sem palavras, artista de teatros sem platéia
Não sei quem sou, de onde vim ou para onde vou
Sábio e errante, amante sem saber o que é amor

Seascape at Saintes-Maries-de-la-Mer, Van Gogh, 1888

Confissão


Com todo o teu encanto, faço este sincero canto
Esperança que preciso, está toda em seu sorriso
Antes dele se acabar, eu ainda esteja a te olhar
Te admirando, minhas palavras te confessando
Não sei ao certo o que é amor, nunca vi sua cor
Sem entristecer, meu coração por ti, vive a bater



Woman Seated on a Quilt, Helen J. Vaughn

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Estranhos Conhecidos

Eis que do nada, a caminhar por aí sozinho
Perdendo o tempo que tenho, sem me importar
Quando encontrei uma pessoa vindo no caminho
Não sei quem era, nem onde ela deveria estar
Embora ter esquecido para onde eu estava indo
Dois desconhecidos, a procura de qualquer lugar
O importante foi a compania, não a mera jornada
Trocando confissões como se fossem figurinhas
Álbum de conversas sem fim, sentados na calçada
Nem sempre precisa procurar por uma boa companhia
Pode vir dessa forma, sem ter hora nem destino
No entanto, ela pode ir embora, pela mesma sina
Temos que andar mais por aí, sem entender a vida 
A lição que tive, a vida não é para ser entendida
Apenas vivida.





Boemia flor


De todas as flores dos campos
Tú és a que mais me traz encantos
Pétalas dançando a todo momento
Vivendo livre, sem algum pensamento


No chão a raiz segura, firme e forte
Liberdade sem depender da sorte
Esperança de um singelo sorriso,
Não de um vaso como abrigo


Olhar cativante que a todos seduz,
Desde olhos castanhos a olhares azuis 
Seu maior sonho sempre foi voar,
Realizado nas folhas com briza do mar


Te encontrei a andar por ai sozinho
Uma linda flor boemia no caminho
Alguém apaixonado um dia te levou
Apenas o meu amor por ti, aqui restou


Ando a sonhar, algum dia te encontrar
Nunca mais vi por aí, uma flor a dançar
Sinto seu perfume, longe do vaso na janela  
Boemia flor, meu amor ainda te espera




terça-feira, 13 de setembro de 2011

Palavras

Deste mesmo silêncio que me calei, que me trouxe a saudade
Tua falta disse toda verdade, aqui nesses versos te encontrei 
As palavras sem sentimentos são apenas os ventos a soprar
Sem caminho e sem destino, sem direção de qualquer lugar
Carinho sem ser dito ou escrito, é as palavras do teu sorriso
Sei que eu não avisto, só vejo na imaginação do imprevisto
Diz tudo que preciso ouvir, a poesia de teu silêncio ao sorrir



Homenagem e agradecimento ao seu sorriso.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A menina

Violão na mão, tocando a canção que mais toca no coração
Na parede o vinil pendurado, lembranças vivas do passado
Fina estampa de jornal recortado, cobertor bem informado
All star cor da paixão, sonhando alto com os pés no chão
Menina encantadora, sem olhar e sorrir, minha inspiração 



"Que estas palavras ilustrem o seu dia e esta luz do sol que entra pela janela, aqueça o seu coração"

terça-feira, 28 de junho de 2011

Sentimento ao Vento

O amor mais puro é uma única semente
Admirando o céu e joguei a minha ao vento
Espero que caia em teu coração e brote na mente
Crie raízes fortes e viva sempre no pensamento
Florescendo ao seu tempo




Se cair no chão, uma flor irá brotar, o vento levará suas pétalas até ti, até teu rosto tocar, por instante irá sentir todo o carinho e adimiração que sempre senti.

terça-feira, 14 de junho de 2011

22 anos

Noite fria e vazia
Silêncio até de pensamento
Cerveja no copo, garrafa sem rótulo
Olhando pra baixo, debaixo do céu estrelado
Ofício ocisivo, ócio escasso, psicológico deformado, fora o casual, nada fora do normal
Decpções que geram conquistas, estupidez que leva ao conhecimento, felicidades ou meras ilusões
Aos 18 você começa a viver a liberdade, agora sente saudade e começa encarar de verdade a realidade.


Poema sem Resposta

Se não gostou, então jogue fora
Só não vire as costas e vá embora
Fingindo que não viu ou que ignora
Não espero receber sim ou um não
São apenas minhas palavras sinceras
Para ter um pouco da tua atenção.


 Até mesmo um simples engano serve de inspiração.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O verdadeiro Destino

Quem me dera o dom de orientar o que sentimos
Mandar em todos sentimentos e indicar os caminhos
Não ousaria voltar-te para mim, nem por um segundo
Guiaria tua pessoa amada para viver em teu mundo
Realizaria seu sonho de estar com quem sempre quis
Só para ver seu brilho do olhos quando estiveres feliz





sábado, 28 de maio de 2011

Homenagem

Nobre Andarilho

Cabelo encaracolado, penteado por pente desdentado
Na cabeça a cartola, prende a memória e guarda a esmola
Bigode, barbar a fazer, não pra quem pode, pra quem quer ter
Terno barato, dado, jogado aos trapos de cor preto apagado
Gravata avermelhada bem apertada, amaçada e rasgada
Calça curta de risca sem giz, riscada e segura por um triz
Sapato sobrando espaço, cheio de furos, sem sola nem cadarço
Corpo magrelo com sorriso malandro e olhar profundo e singelo
Nas costas a mala frouxa, vareta serve de bengala e de trouxa
Do lado o cachorro vira-lata, cheio de pulga e pinta na pata
Amizade que apaixona, que não descrimina nem abandona
Bolso amarrotado, sem nenhum centavo nem tostão furado
Dinheiro não tem mais importância, ganância sem relavância
Na condição social, aos olhos do mundo, imundo vagabundo
A nobreza não está na riqueza nem na fútil beleza 
Hulmildade despida de grandeza, bela por natureza






"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Charles Chaplin

Caminho de Liríos


Anseio a liberdade, indignado, sem concórdia
Sofrimento póstumo esse dia, tempos multilados
Ouvindo a aflição gritar, ecoando por toda mente
Carregando a compunção nos bolsos rasgados, remendados
Fardo vazio e corrompido, precendente, doente e demente
Rindo sem sorrir, emudecer e pensar, falar sem mentir
Mentira momentânea, maquinada substancial, marginal
Dito por dizer, ouvido frangido, comovido sem sentir
Concordar por puro respeito, calar por estranho medo
Satisfazendo, sendo escracho, submisso a ordem crucial
Olhos frazinos, cabeça baixa, mãos suadas e peito encolhido
Convicção recíproca, moldada ao oblíquo
Utopia surreal, de imaginário real e artistico
Dissimulado, ordinário, desprovido de estima
A fumaça do cigarro apagado, obstruindo o ponto de vista
Rua sem esquina, cheia de pedras, a calçada é de Lírios
Penumbra arruinada pelo clarão, escondido na multidão 
Vida sem amores, estradas sem flores
Caminhar e sentir o delírio, andar incerto
Braços abertos, deitado no chão



Dissertando
Querendo ser livre, indignado, sem harmonia de vontades
Sofrimento causado no dia passado, que não durou o tempo certo
Aflito querendo gritar, pensando sem parar
Pensando no sofrimento que achou que não passaria novamete
Sentimento vazio e alterado, já sentido, doentio e demente
Rindo a toa, ficando quieto e pensando, falando a verdade
Mentindo na hora, mesmo se já havia pensado na mentira para aquele momento
Falar sem pensar, ouvir e não prestar atenção, fingir estar comovido
Ouvir que está errado, concordar e sentir o contrário
Agradar a outros admitido ter feito o errado, sabendo que era errado
Aparencida física com aquelas sensações
Teve a certeza que o fato ocorreria para o inverso ocorrido, que a esse mesmo pendia nesse lado 
Imaginação do inexistente com fundamentos reais distorcidos
Disfarçando que não era importante e que não se importava
Estava fumando cigarro quando pensava no fato
Rua reta e infinita, com pedras, flores silverstre na calçada
Sol se pondo, ou nascendo, pouca claridade, pessoas em volta
Inventar um sentimento que não sentiu, rua imaginária pessoas também
Imaginar estar andando, delirando
Estar na verdade deitado, vivendo a situção que estava pensando


Mente de diretor e alma de poeta?

Dedico esse poema à Clara Tadayozzi, o esforço, dedicação e talento dessa pequena grande notável é algo digno de reconhecimento e adimiração.

Sorriso de Bailarina

Caminhando devagar, postura reta em um palco torto
As sapatilhas apertadas, os passos calmos e soltos
Os pés, que as pontas dos dedos ostentam o corpo
Cada pensamento, um movimento, a dor, o sofrimento
A respiração, o coração, o silêncio ao negar o olhar
Tantos ensaios, dedicação para aquele único momento
Braços ao vento, os dedos cujo vazio tentam tocar
O giro solitário, sem dificuldade, uma volta completar
Ver tudo sem sair do lugar, a cortesia em reverencia
A perfeição, o triunfo, o sonho, a realização da existência
Orquestra de palmas, como um calor crescente, a euforia
Fim sem tormento, cortinas fechadas, o julgamento
Sorrindo a bailaria realiza a obra, encerra a melodia
O espetáculo.




"Mesmo que mal te conheço, por ti tenho enorme apreço"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quando você diz que não vai mais errar você acaba de cometer outro erro. espero que a personagem desse filme entenda isso antes desse roteiro acabar.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Parte III

O sol batia no lençol branco e iluminava o apartamento, fenrir dormia em cima da mesa, sai, quando cheguei na cafetaria me sentei na mesas que estavam na rua, a garçonete me trouxe um café, aroma agradável me fez aproximar a cabeça para sentir melhor, quando olhei o reflexo do café encontrei outro origami...

...Eu acredito que não existem pessoas certas, por mais que você sonhe ou crie um padrão nada é certo na vida.

Estávamos sentado em um banco de uma praça, tinha passáros, arvóres, era quase no meio da cidade também tinham carros e pessoas passando, eu olhava fixamente para ela.

- Porque não me abraça?

Os rostos foram chegando mais perto, quando os lábios se tocaram, os olhos estavam fechados, eu não pude ver mais sentia que aquele era um dos melhores momentos da minha vida.

Eu ainda estava meio sem jeito mais queria conhece-la melhor:

-Você ainda gosta dele?

-Não, quero esquecer, eu o vejo todos os dias, ele não é a pessoa certa pra mim, ele comete muitos erros, todo esse tempo a gente brigava, eu ficava com outros caras mais no final sempre voltava pra ele, não quero mais isso pra mim.

A gente se encontrou outras vezes, eu gostava dela de verdade, mesmo quando não sabia seu nome eu sabia disso, em algumas vezes a gente combinava de se encontrar ela não ia, eu não podia me deixar levar pelo que sentia, eu sabia que ela ainda se encontrava com ele, mesmo que não adimitisse eu podia ver em seu olhar.

Chegou uma hora que havia um atrito entre o tanto que eu gostava dela e o medo de sofrer, um dia ela me ligou pedindo para ir encontra-la, eu disse que não queria ir:

-Faz um tempo que a gente não se vê, eu só queria te ver mais tudo bem...

Nesse momento tive a impressão que eu estava errado, ela gosta de mim e queria me ver, no caminho comprei uma rosa em uma floricultura, a cada passo que dava imaginava um jeito de pedi-la em namoro, meu coração estava em um ritmo acelerado, sentia um frio na barriga, quando cheguei, sentei no banco, o sinal de mensagem quebrou o silêncio.

Me desculpe não posso ir.

Ali naquele banco fiquei por horas, não queria pensar em nada, o que não aconteceu, um pedaço de papel trazido pelo vento veio até meus pés, fiz dele um passáro, não como aqueles que por ali voavam, um que pudesse fazer companhia para a rosa, os dois ali ficaram...

O café estava frio, está foi uma lembrança que realmente queria ter esquecido, me senti vazio, a mesma sensação de estar sentado no banco pairava sobre mim agora, o café frio não tem o mesmo gosto quando quente, pedi outro, o aroma era não era o mesmo, só que o gosto estava melhor.

Mesmo que algumas lembranças não sejam boas, elas ainda me pertencem, segui em direção a praça, você sabe que um lugar muda, você muda, a impressão que tinha é que lugar estava intacto e esquecido no tempo, só uma detalhe mudou, a garota do trem ali estava, exatamente no mesmo lugar um estive a muito tempo atrás, visivelmente triste, assim como eu, caminhei lentamente até o banco, estava certo de que passaria por ela e seguiria meu caminho até uma lágrima do seu rosto cair.

-Tudo bem com você?

-Estou sim, um sorriso disfarçado mudou a expressão de tristeza.

-Posso me sentar?

-Pode, estou de saída, fechou o diário e o guardou na bolsa.

Não respondi, apenas me sentei e olhei para rua, surpreentemente ouvi sua voz novamente

-E você tudo bem?

Olhei para ela mais não consegui repetir o mesmo sorriso.

Contei pra ela o que tinha acontecido comigo, ela se mostrou muito simpática, uma pessoa que a primeira vista parece ser triste, acaba sendo alegre em pouco tempo de conversa, ela me contou que gostava de uma pessoa, assim como suco de maça e sorvete de kiwi, tinha um jeito diferente de falar, parecia um menina presa no corpo de uma mulher, lutando para não crescer.

-Não sei tenho a impressão que não é a primeira vez que te vejo.

-Realmente, um dia no trem você escrevia em um diário, eu estava do seu lado.

-Eu escrevo no diário tudo que queria falar pessoalmente pra ele.

-E por que não fala?

-Não tenho coragem.

-Eu entendo...

-Bom tenho que ir, a gente se encontra por aí, você vai perambular por aí até se lembrar de tudo não é mesmo? a gente se encontra por aí.

Agora sim o sorriso apareceu em meu rosto, ela se foi, quando fiquei ali sozinho o origami apareceu.





terça-feira, 19 de abril de 2011

Parte II

Quando sai da estação a chuva fria caia, caminhei até meu apartamento, quando abri a porta um gato veio em minha direção...

...era apenas um filhote estava jogado na rua como um lixo, não miava, parecia não importar com o mundo assim como o mesmo fazia com ele, levei ele para casa, queria dar o nome de RedXIII, ficou Fenrir, de qualquer forma eu não tinha jogado Final Fantasy VII mesmo...

Tudo estava parcialmente claro, alguma situação me fazia lembrar das minhas memórias perdidas, aquele apartamento mal iluminado, não estava bagunçado mais poderia ser um ambiente triste, monótono, alegre ou sem vida, como se pudesse mudar de estado de acordo com o que se tinha em mente.
Me deitei para dormir, Fenrir pulou para a janela e saiu para rua, nada parecia estar diferente para ele, pensei novamente na gorota do trem...

...Em uma fase da sua vida você irá perder o chão, as esperanças, se sentirá fraco, será mais uma alma amarga a penar pelo mundo, todos temos problemas demais, meu caso não era diferente, toda noite antes de dormir me imaginava em um lugar vazio, todos os meus problemas, pensamentos ou até mesmo lembranças se tornavam pequenos origamis de papel ou tsurus, só de pega-los na mão sabia do que se tratava, isso começou no final da adolescência, foi uma das formas que me fez superar muitas dificuldades, eu guardava todos os origamis em uma caixa vermelha, eu tinha uma cheia de cards e figurinhas quando era criança, infelizmente eu a perdi, e agora ela servia no pensamento como a prisão dos outros pensamentos, quando eu queria esquecer algo eu em lugar bem distante e lá jogava o origami ,eu esquecia, no entanto, voltar ao lugar trazia ele novamente para a caixa...

Quando eu encontrei a garota no trem me lembrei de um amor que ocorreu em minha vida, todos os dias quando ia trabalhar três pontos a frente do meu, ela entrava no ônibus, tinha o cabelo grande e cacheados, mesmo sem perceber lá estava eu a contemplando como se adimirasse uma obra de arte, uma perfeita escultura moldada pela mais fantástica e pura inspiração da beleza feminina, tá isso foi meio além da minha percepção humana, era essa minha visão mesmo que destorcida e empolgada.

Não sei ao certo o acontecimentos posteriores, sei que o quebra-cabeça estava com as peças todas misturadas, transformar todas a lembranças de uma vida foi uma grande proeza, o que me levou a jogar tudo fora? em que caminhos vou encontrar novamente? não tinha outra jeito, esse era o caminho: perambular por ai atrás dos origamis, e só agora percebi o grande erro que cometi ao criar um caminho cheio de pedras ou origamis 


domingo, 17 de abril de 2011

Depois de passar tarde de domingo escrevendo, escrevi muito, até me perdi na história...derrepente o pc desliga, nenhum (digo nenhum mesmo) ctrl+s foi dado, triste :(  perdi todo o trabalho, quero deixar aqui um registro use ctrl+s, a cada 5 minutos, pode não salvar a sua vida mais pode salvar sua história.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Parte I

Vontade:
-Tenho vontade de fugir, ir pra bem longe, me perder e nunca mais achar  o caminho de volta...

Caminho:
-Então fuja... e tente lembrar cada passo que deu, infelizmente o ser humano só tem o dom de esquecer o que ele não quer.       

                                            

Anos depois...

Acordei um dia e não lembrava quem eu era, não tinha documentos nem ninguém que pudesse me lembrar, qual foi a primeira atitude? fui descobrir quem eu sou.

Ontem, andando na rua encontrei um relógio, a pulseira de couro gastado, o metal riscado e o vidro quebrado me fez fazer uma estúpida comparação com a minha situação, as horas marcavam 15:47, o segundos giravam mais o tempo não passava.

Um pouco mais a frente um mendigo pedia esmolas na calçada, abaixei e entreguei o relógio a ele:

- Porque você insiste que eu fique com esse relógio? tentei de todas as formas destrui-lo, me sentia parado no tempo vendo segundo por segundo nunca virar um minuto...

- Minha memória está tão confusa quanto esse relógio, não consigo lembrar de nada.

Ele então respondeu sem olhar:

- Agora você lembra que perturbou um velho com uma droga de relógio quebrado, eu não preciso ver os ponteiros para saber que horas são, mais precisei ver os dias passar ver a vida que perdi...

...Eu costumava ficar na estação de trem, só pra ver o trem passar, uma vez passou um sujeito com uma placa escrito: vendo sonhos... ele correu pra entrar em um vagão quando caiu uma moeda e veio rolando até o meu pé, a moeda parecia não ter valor e ainda tinha um furo bem no meio.

-Esqueça o passado, pegue essa moeda e procure o vendedor de sonhos, ela deve ter algum valor, ele a procura até hoje, eu ia troca-la por um sonho, olhando pra você eu percebo que é melhor sonhar quando não se lembra de nada.

 Caminhei até a estação de trem e lá estava um senhor com a barba branca, segurando a tal placa, pelo estado dele parecia que os negócios não estavam bem, me sentei no banco ele me olhou e veio em minha direção.

- Poderia me informar que horas são?

Olhei o relógio e falei:

- 15:47.

- Engraçado o tempo é realmente relativo, tenho impressão de que agora são 18:00, tudo bem não tem muita importância mesmo, eu não queria saber que horas são, vim até aqui para saber se deseja comprar um sonho.

- Quem precisaria comprar um sonho?

- Você tem algum?

- Não, respondi com cara de tinha entendido aquela situação, na verdade não tenho sonhos nem memórias.

-Ótimo, posso te vender meu melhor sonho então.

Tudo bem, eu ia te devolver isso por nada, aquele mendigo pode ter razão, entreguei a moeda furada para o senhor.

- Sou filho único de meus falecidos e ricos pais, sempre tive de tudo, menos sonhos na vida, só queria que meus pais falecessem e a herança ficasse pra mim, era tudo que eu queria, quando isso aconteceu essa moeda foi tudo que restou pra mim, e hoje eu vendo sonhos para sobreviver.

- Isso te faz feliz?

- Como nunca fui na minha vida...a felicidade é uma imagem distorcida, é muito difícil de ver como ela é de verdade.

-Assim como os sonhos?

- O sonho na verdade é o caminho entre a vontade e a conquista, as pessoas só enxergam a conquista, as vezes acham que sonharam longe de mais quando desistem sem caminhar o bastante, e quando realizam um sonho nem percebem o quanto foi importante a caminhada até o objetivo, qual é sua vontade agora?

- Não sei, achei que seria lembrar quem eu era, no entanto está sendo mais importante tentar lembrar do que lembrar.

- Entre no próximo trem, não se sente na janela, nem fale com ninguém até você descobrir um sonho, quando descobrir venha até aqui que eu direi o caminho.

- E se eu não descobrir nenhum sonho?

- Entre no trem novamente, você vai ver muitos outdoors e propragandas...

O trem parou, o vagão estava com poucas pessoas, entrei e me sentei na janela, olhei para o velho, enquanto o trem partiu.

Não tinha nada pra ver, a paisagem de nada não me lembrava nada, nenhum sonho veio a mente, sai da janela, comecei a refletir sobre os  acontecimentos do dia, quando percebi o vagão estava quase cheio, ele parou em uma estação, a porta se abriu, algumas pessoas saíram, outras entravam, isso aconteceu por horas agora eu era o ponteiro que não se movia...

Olhando pessoas de diversas raças, de várias cores, comecei a analisar as mulheres que por ali passavam, tudo era diferente mais percebi que umas me agradavam mais e outras nem tanto, foi ai que tive minha primeira lembrança.

Olhos puxados eram mais bonitos, cabelos pretos brilhavam mais, estatura baixas eram mais delicadas, o olhar despercebido é o que chamava mais atenção, parecia que quando menos atraente queria ser mais acabava sendo, no entando essa descrição era da garota que se sentou ao meu lado.

Ela escrevia em um diário, sem perceber comecei a ler o que ela estava escrevendo, era sobre um amor não correspondido, as palavras expressavam o seu olhar triste, ela se levantou e caminhou até a porta, meu olhar acompanhou seu caminho, olhou pra trás e por um instantante pode olhar em seus olhos, me fez lembrar de uma coisa ou outra, não sei acho que nem lembro o que lembrei.

Voltei a estação do vendedor de sonhos, ele não estava mais lá.