Cabelo encaracolado, penteado por pente desdentado
Na cabeça a cartola, prende a memória e guarda a esmola
Bigode, barbar a fazer, não pra quem pode, pra quem quer ter
Terno barato, dado, jogado aos trapos de cor preto apagado
Gravata avermelhada bem apertada, amaçada e rasgada
Calça curta de risca sem giz, riscada e segura por um triz
Sapato sobrando espaço, cheio de furos, sem sola nem cadarço
Corpo magrelo com sorriso malandro e olhar profundo e singelo
Nas costas a mala frouxa, vareta serve de bengala e de trouxa
Do lado o cachorro vira-lata, cheio de pulga e pinta na pata
Amizade que apaixona, que não descrimina nem abandona
Bolso amarrotado, sem nenhum centavo nem tostão furado
Dinheiro não tem mais importância, ganância sem relavância
Na condição social, aos olhos do mundo, imundo vagabundo
A nobreza não está na riqueza nem na fútil beleza
Hulmildade despida de grandeza, bela por natureza
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Charles Chaplin
Gostei da simplicidade, da sonoridade e de todo o resto. Diz muito, sem dizer. Continue escrevendo, é sempre um prazer ler seus textos.
ResponderExcluirSerá um honra escrever algo que possa ser lido por alguém que escreve as palavras com uma bailarina bailando em um palco.
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